quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Aprendendo um novo idioma

Pelo que tenho visto na minha experiência, aprender um novo idioma já é uma tarefa bastante árdua, mas efetivamente utilizá-lo no dia a dia e no trabalho e uma mudança titânica.
Muito do que as pessoas pensam da gente depende do que falamos e como falamos e neste ponto é que tenho sentido a maior diferença. Não é apenas falar corretamente, mas a forma como falamos. A nossa "fala" na língua nativa foi forjada durante toda a nossa vida e reflete parte do nosso caráter. A impressão que eu tenho é que as pessoas não me vêem aqui da mesma forma que me vêem no Brasil. Mesmo sentindo uma melhora enorme no inglês é um realidade que está muito aquém do meu português. E fico imaginando quando tempo levarei para falar inglês do mesmo jeito que falo português.
E ainda entram algumas coisas culturais que não temos conhecimento. Por exemplo dizer:
- Que algo foi comprado no Paraguai;
- Isso aqui ta parecendo um piscinão de Ramos;
- Eita bagaçada da gota serena;
- ...
São muitas expressões que nao constam nos dicionarios, mas são constantemente utilizadas no dia a dia. Por incrível que pareça no ambiente de trabalho é mais fácil a comunicação, mas em ambientes informais a coisa é bem diferente. Falar sobre coisas cotidiana é de lascar o cano, pois o vocabulário é extremamente diversificado e cheio de sinônimos.
Por sorte o canadense é paciente e entende a nossa situação. Mais de uma vez ouvi canadense dizendo: - Você é mais esperto do que eu, pois só falo inglês e você fala a sua lingua e inglês.
Pelo menos eles percebem isso. Tem horas que imagino a cena de um índio falando português: "-Mim tá com fome e querer comida", coisas deste tipo, pois a impressão que temos é que o indio é broco por falar nossa língua como uma criança :)

sábado, 18 de setembro de 2010

Carteira de Motorista: Agora foi :)

Hoje fiz a prova novamente, com o mesmo examinador e dessa vez foi tudo tranquilo. Sabendo como é tudo fica mais fácil. Uma hora antes da prova eu fui e fiquei rodando pelas redondeza onde foi o exame. Conhecer a área facilita bastante e tem que lembrar das regras daqui. Para nós acostumados a dirigir no Brasil aqui tem umas coisas bem diferentes e que levamos um tempo para assimiliar. Tais como:
1. Mesmo com o sinal fechado você virar para a direita, após parar completamente;
2. Para virar a esquerda, mesmo com o sinal aberto você tem que dar a preferência para os carros que estão vindo no sentido contrário, pois o sinal estará fechado apenas para o tráfego perpendicular, mas aberto para o tráfego no sentido contrário.
3. Sinal de pare é pare mesmo. O carro precisa parar completamente mesmo que não tenha tráfego.
4. Tem que fazer o tal de Shoulder Check: Olhar por cima do ombro sempre que for mudar de faixa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Virei Metro-Sexual

Nunca pensei que um dia eu iria terminar o banho e passar creme hidrante no corpo ou que durante o dia iria passar creme nas mãos para evitar o ressecamento ou que após o banho iria secar o cabelo ou creme nos lábios. E usar luva? :)

Pois é, quando não passo hidrante a minha pele fica coçando devido ao ressecamento. O clima aqui é muito seco e com o frio lasca tudo.

A grande vantagem é que a minha alergia que eu ficava espirrando direto passou. Não me lembro de ter espirrado aqui no Canada. No Brasil se alguém balançasse uma cortina perto de mim, já era, ou tomava Polaramine ou seria o resto do dia espirrando e com o nariz escorrendo água.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ambiente de trabalho

Hoje completei duas semanas e vou falar um pouco do que vi até aqui. A empresa que trabalho é do governo e cuida da energia da província. São três prédios vizinhos.

- O pessoal aqui é muito organizado.
- Para entrar nos andares apenas com o crachá de chip, o qual abre automaticamente as portas.
- O ambiente de trabalho é bem silecioso. Diferente dos que estava acostumado a trabalhar no Brasil, não quer dizer que seja mais produtivo. Mas o pessoal tranalha calado e não vi ninguém usando fone de ouvido escutando música.
- As coisas estão bem documentadas, todos os procedimentos e padrões de desenvolvimento. Eu tive que ler uns 7 manuais com 60 páginas em média. Tem manual e procedimento para tudo. Code conventions, nomenclatura, manual para usar o controle de versão, sistema de gerenciamento do trabalho, atendimento, ferramentas, deploy, etc.
- Um software de gerência é utilizado para todo o processo de desenvolvimento e integrado com o controle de versões. Tudo que você faz e todas as interações ficam registradas.
- A minha baia é do tamanho de um quarto, mas tem outras um pouco menores. Mas cada de aperto ou amontoado. Cada um trabalha sossegado e com privacidade.
- A maioria das pessoas como no próprio tabalho. Trazemos a comida de casa de esquentamos no micro-ondas.
- Tem gente de tudo que é parte do mundo. Minha equipe tem gente de Bangladesh, China, India. O que a gente menos vê é canadense mesmo. Aparentemente os chefes e gerentes são mais canadenses, mas tem alguns chineses também.
- É comum o pessoal conversar nas linguas nativas e eu acho até deselegante as vezes, pois o chefe canadense está falando com 2 indianos ou chineses e eles entre se falam na lingua deles, deixando o chefe sem entender nada. Eu percebo que isso não agrada os chefes, mas eles não reclamam formalmente e parecem que nem podem. Ontem conheci um brasileiro que também trabalha lá e pude conversar um pouco em portugues.
- Os prazos são dados pelo desenvolvedor e os chefes nem questionam e nem ficam cobrando, mas no dia combinado se não estiver pronto é necessário explicar direitinho o que aconteceu.
- Tem um manual dizendo o que pode e o que não pode fazer na internet, mas todos os serviços básicos são liberados. Cabe a cada um respeitar as regras e não exagerar. Já vi gente acessando FaceBook, MSN, Google talk, etc.
- Nínguem se aproxima da sua mesa repentinamente, eles ligam ou mandam email antes de ir, numa emergência chegam devagarzinho e pedem licença, mesmo os chefes. O que mais me impressiona é que o pessoal não olha para você. Parece que os canadense treinam passar pelas pessoas e manter o olhar no horizonte :)


Agora algumas coisas interessantes:
1 - Eu cheguei morrendo de medo por causa do meu inglês, mas quando você ouve o pessoal que vem de outros países falando da para ficar mais tranquilo. O pessoal da India e China, que tem muito por aqui, tem um sotaque muito forte. É engraçado que você vê um cara com o sotaque bem carregado e pergunta há quanto tempo o mesmo está aqui e as vezes a resposta é há 20 anos :)
2 - O mais difícil é falar ao telefone, pois não podemos usar as mãos e o corpo para falar. Como um amigo meu disse, quando você chegar aqui no Canada vai perceber que suas mãos servem para falar também.
3 - Eu ainda estou naquele fase que atender o telefone dá um frio na barriga, mas quase sempre a pessoa percebe que seu inglês não é bom e fala bem devagar.
4 - A pessoa tem que vir com o inglês bem treinado, pois é dureza na hora de participar de reuniões, tirar dúvidas e atender usuários.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um pouco sobre a cultura canadense

Esta minha observação é baseada na estada de 3 meses
em Edmonton.

Uma coisa que pude perceber é que o canadense é muito educado, mas também exige
educação e discriminam os mal-educados.

Dicas:
- Nunca se aproxime de alguém sem antes fazer contato visual e falar
educadamente: - Excuse me. E é uma boa complementar com: Could you help me,
please.
Depois dessa aproximação o cara vai te dar toda a atenção e será comum você se
impressionar com a paciência e disposição em ajudar. Já aconteceu comigo várias
vezes da pessoa não saber informar algo, mas ligar para um amigo e a vezes até
para a loja e dar uma resposta mais detalhada.
Mas a mesma pessoa, vc você chegar pegando ou topando e já ir perguntando de
cara o que você deseja saber, vai fazer uma cara feia e cair fora.

- Sempre diga Thank you, não importa quantas vezes a pessoa fez algo para você,
sempre diga Thank you.

- Ebarrou em alguém, empurrou sem querer, trombou, atrapalhou a passagem, sempre
diga: Sorry e a depender: So sorry.

- Sempre que alguém disser Thank you, responda com: You're welcome ou You're are
very welcome. É tipo um protocolo que eles fazem sempre. tem horas que chega a
ser engraçado, mas não deixe de fazer. Tipo, uma vezes eu estava andando na
frente de uma família, ia abrindo as portas de empurrar para eles e segurava um
pouco até que ele pudesse alcançar e segura a porta. No caminho foram umas 5
portas e para cada porta, toda a família falava: Thank you e eu respondia You're
welcome. A mesma coisa nas cinco portas :) Mas não deixe de fazer.

- Quando você chegar em qualquer lugar, banco, supermercado, orgão do governo,
etc. Não vá diretamente para a pessoa que está atendendo, espere o contato e siga o
protocolo. Mesmo que esteja uma fila enorme e você queira apenas fazer uma
pergunta, não passe pela fila e vá até a pessoa que está fazendo algo e dispare
a pergunta. Nós fazemo isso no Brasil e as pessoas normalmente conseguem fazer a
multi-tarefa e nos responder e continuar fazendo o que estava, isso ajuda a
economizar tempo pois agiliza o atendimento para quem quer fazer apenas uma
pergunta. Mas, pelo visto aqui eles não gostam da multi-tarefa. Espere
pacientemente a sua vez.

- É impressionante como aqui as pessoas não ficam te olhando. Toda vez que sento
em frente a alguém no metrô a pessoa vira a cabeça uns 20 graus para um dos
lados e nunca olha nos olhos. Isso não sei o porque, mas eu continuo olhando
para todo mundo. Acho que é mania de brasileiro sentir o amiente e analisar as
pessoas ao redor.

Lógico que já vi gente grossa e mal educada por aqui, mas a grande maioria não
é.

Os motoristas de ônibus é um caso a parte, pois a grande maioria é bastante simpático e educado. Dentro do ônibus ele é autoridade policial. Vejo a grande maioria das pessoas que entram no ônibus comprimentá-los e sempre que saltam dizem: Thank you. Já conteceu cada uma aqui com a gente. Do motorista parar o ônibus, usar o rádio para obter informações e até desviar da rota para deixar no local correto. Uma vez eu peguei um ônibus errado para voltar da biblioteca, era para pegar o 36 e entrei no 38. O motorista disse: -Eu acho que você pegou o ônibus errado, pois você já voltou comigo algumas no ônibus 36, tem certeza que você queria estar no 38 mesmo, E depois, parou num ponto de explicou que ali passava o 36 também :) Outra vez entramos no ônibus e perguntamos de o mesmo ia para South Commom e o motorista disse que sim. Daí sentamos no final do ônibus e depois de um tempo o ônibus parou num ponto e demorou a sair. Nós estavamos distraídos e demoramos um pouco a perceber que o motoristas estava virado para trás e dizendo que ali era o lugar que deveríamos descer :)

sábado, 4 de setembro de 2010

Perdi a primeira prova prática de motorista

Pense que situação engraçada, pois comprei um carro uma Toytoa Rav4 e não posso tirá-la da loja porque ainda não tenho a carteira canadense :)

O resultado da prova prática é muito subjetivo e já tinham me avisado que o examinador desta área percebe que o cara é novo no Canada ele sempre reprova na primeira prova. É uma prova tranquila, eu até reconheço que dei uns vacilos, mas eu podia cometer 75 pontos de erros e acabei cometendo 110, mas se liguem nos erros quais foram:

Obs: No final do exame o examinador lhe explica em detalhes cada falha.

* Controls
Nenhuma falha

* Parking
Item 6. Unsure Hill park = 10 pontos
-> Isso porque eu olhei para o cambio automático para ver em qual marcha estava. Como eu não tenho costume de dirigir carro automático não olhei para o painel do carro e acabei olhando para o cambio.

* Lane Driving / Changing / Position
Item 2. Fail to check blind spot/late = 20 pontos
-> Toda vez que você for trocar de faixa, além de olhar pelos retrovisores é necessário fazer o Sholder Check (olhar por cime dos ombros). Ele disse que eu estava olhando somente na hora de mudar de pista e que eu tinha que olhar por cima do ombro antes de dar sinal.

Item 4. Road position = 10 pontos
-> Tinham duas faixa na direção que eu estava indo e eu estava dirigindo o mais a direita possível e ele disse que quando tem carros estacionados na rua devemos ir o mais a esquerda possível para evitar que uma criança saia do meio dos carros e ocorra um atropelamento.

Item 5. Too close / pass = 10 pontos
-> Tinha um ciclista e eu apenas afastei um pouco dele na ultrapassagem e eu deveria tratar um ciclista como um veículo tendo que troca de faixa para ultrapassá-lo.

Item 7. Fails to observe signs / conditions = 20 pontos
-> Eu estava numa rua que a velocidade era 50 km/h e tinha uma placa de construção na calçada e mesmo sendo um dia de sábado e sem ninguém na rua eu deveria ter diminuído para 30km/hora uns 50 metros antes da placa.

D. Intersections / Turns
Item 6. Left turn - cuts corner = 5 pontos
-> Essa foi vacilo mesmo, pois eu fiz uma curva para a esquerda e acabei passando por cima da linha da faixa.

F. Right-of-way
Item 2. Fails to assume own right of way = 10 pontos
-> Aqui tem vários cruzamentos onde a ordem é que o primeiro que chega é o primeiro que sai. Eu só percebi que era essa tipo de cruzamento quando parei, e quando eu olhei tinham já 3 carros, nas entradas, daí eu deixei os três irem, mas eu tinha chegado em segundo e deveria ter ido em segundo.

G. Speed
Item 2. Too slow for conditions = 20 pontos
-> Essa foi sacanagem, pois eu estava numa rodovia que a velocidade máxima era 70km/h e eu estava a 60km/h, pois não quis arriscar e ele disse que em rodovias é necessário andar perto do limite para deixar o transito fluir, o lasca foi que só tinha a gente na rodovia :)

No final do exame ele disse que eu dirigia e controlava o carro muito bem, mas que precisaria aprender mais as regras canadense e que na próxima prova eu passaria fácil.


Escola canadense. Mais detalhes

Demos a maior sorte em relação a escola, pois a mesma é nova e foi inaugurada este período. A escola é tipo um modelo para as novas escolas canadense, onde a tecnologia é amplamente utilizada e mesmo os canadense ficam impressionados com os recursos da mesma.

Fiquei sabendo de mais detalhes porque minha esposa esta trabalhando na escola. Esse emprego cai do céu, pois ela poderá ficar perto do nosso pithulinho e vivenciar o clima da escola. A sala de aula é um show, pois conta com um aparelho que o professor pode exigir imagens e vídeos de diferentes fonte. Por exemplo, ela escreve num papel em cima da mesa dela e a imagem é transferida para um quadro, ou ela pode pegar um livro e usando um marcado escrever por cima do livro ou fazer desenhos e a imagem do livro e do que ela fez é exibida no quadro.

Ontem recebemos as senhas de acesso para o portal da escola e parece que o portal é de todas as escolas públicas canadense, desta forma, toda a comunicação entre escola e pais é através deste portal e para o aluno existe aplicação de educação a distância para complementar as atividades.
No site é possível ser os exercícios de casa passados para os alunos e os mesmo podem submeter os resultados online e o diário do aluno está lá também. Outra coisa impressionante é que todo o programa educacional está lá e é possível acompanhar o que o seu filho está aprendendo em cada aula.

É como se fosse o primeiro mundo do primeiro mundo :)